segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FCA e Acidadã divulgam novo cronograma para reforma da Ponte Dom Pedro II

POR ALISSANDRO LIMA

Parada há quase um ano, a reforma da Ponte Dom Pedro II recebeu novo cronograma de obras. O programa prevê o fim dos reparos na estrutura para fevereiro de 2012 e a pintura para o final do ano. A empresa Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) é responsável pela obra da ponte, e está em parceria com associação de Cachoeira Acidadã para a realização do projeto que visa a segurança, a revitalização e a conservação desse patrimônio histórico da cidade.

Este pode ser o último capítulo da história de luta que já possui mais de uma década. Em estado deplorável desde 1995, a ponte estava abandonada, o que gerou o movimento SOS Ponte Dom Pedro II organizado pela ONG Acidadã no ano de 2008 para que a FCA a reformasse.

Fundada em 1998 pelo sindicalista Pedro Erivaldo Francisco da Silva, a Acidadã possui quatro diretores e 80 associados e já nasceu com um propósito em vista, a revitalização e melhora da infra-estrutura da ponte. Em 2008 começaram as obras após muitas negociações com a empresa, porém dois anos depois as reformas foram paralisadas por motivos técnicos e dificuldades na contratação de mão-de-obra qualificada, segundo os representantes da FCA.


Durante 2011 foram mais de seis reuniões realizadas na Câmara de Vereadores de Cachoeira com a participação dos representantes da FCA, da comunidade, e da Acidadã, mediadora dos encontros, para se discutir a retomada das obras.

Segundo os representantes da empresa o maior empecilho para que a reforma transcorra de uma forma rápida é o tombamento da cidade pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgãos responsáveis por supervisionar e autorizar obras desse gênero.

A FCA afirma que o pedido de obra deve ser feito pela prefeitura, enquanto a prefeitura diz que tem que ser feito pela empresa, o que constitui um “jogo de empurra”. Nas últimas reuniões, ambas as partes firmaram um acordo para busca de uma parceria entre a prefeitura, a empresa e a comunidade para resolver essas questões.

TRECHO PERIGOSO

O perigo oferecido pelos trens é outro problema. Segundo o jornal A Cachoeira online de 1º de julho de 2011, “os comboios da FCA cruzam o centro de Cachoeira e São Félix pelo menos cinco vezes por dia, carregando produtos inflamáveis como gasolina e óleo diesel. O trecho é considerado um dos mais perigosos em todos os 7.080 km da malha férrea explorada pela FCA”. A Centro-Atlântica já está discutindo um projeto, intitulado Contorno Ferroviário, que planeja tirar os trilhos de dentro das cidades.

São itens de pauta das reuniões a limpeza, o policiamento e a iluminação da ponte. Feita de forma bem precária, a limpeza é responsabilidade das prefeituras das duas cidades, Cachoeira e São Félix, assim como a segurança e o policiamento. A iluminação está prevista para ser melhorada pela FCA.

HISTÓRIA DA PONTE

Inaugurada em1885, a Ponte Dom Pedro II tem 126 anos de história e de grande importância para o estado da Bahia. Considerada uma das maiores obras de engenharia da época na América do Sul, a ponte tem uma funcionalidade de grande relevância para as comunidades de Cachoeira e São Félix, pois é único elo de ligação entre as duas cidades do Recôncavo Baiano.

No período de sua criação a Dom Pedro II tinha uma importância ainda maior, a de ligar o Sertão Baiano ao litoral do estado da Bahia. Por esse motivo tornou-se a construção mais significativa para o desenvolvimento da economia baiana até meados do século XX. Imponente e majestosa, foi produzida nos estaleiros da Inglaterra, local de onde veio pré-montada, toda feita em barras rígidas de ferro. Sua montagem passou por diversas etapas de construção, segundo o jornalista Jorge Ramos.

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