quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Documentários invadem Cachoeira na segunda edição de festival

POR SAMILI CINTRA

Entre 7 e 11 de dezembro de 2011 aconteceu o II Festival de Documentários de Cachoeira – CachoeiraDoc. O evento realizou-se no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com a parceria do Curso de Cinema e Audiovisual da mesma Universidade. Ocorreram quatro mostras: duas competitivas e duas retrospectivas, além de oficinas, um ciclo de conferências, uma sessão especial que exibiu o filme Bahêa Minha Vida e um show de abertura com a banda Escola Pública.

A primeira edição do festival aconteceu entre os dias 5 e 11 de novembro de 2010. Durante os sete dias de festival, passaram por lá 2000 pessoas, que entre curtas e longas-metragens chegaram a assistir 40 filmes. Houve oficinas e debates junto a cineastas e pesquisadores presentes, além de uma Mostra Competitiva – que se repetiu este ano – em que 165 documentários, de todas as regiões do Brasil foram inscritos, mas apenas 19 foram selecionados.

A abertura do festival aconteceu no largo d´Ajuda com a exibição de Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. O filme conta a história de Carlos Marighella, líder comunista, parlamentar, autor do “Manual do Guerrilheiro Urbano” traduzido mundialmente e atuou em episódios políticos fundamentais do Brasil, entre 1930 e 1969. Estiveram presentes a diretora, a ex-mulher, Clara Charf, e o filho, Carlos Augusto Marighella. Se estivesse vivo, o protagonista completaria 100 anos em cinco de dezembro. Após a exibição do filme, a banda Escola Pública, formada há dois anos por alunos da UFRB, entrou em cena e deu continuação à festa.

PROGRAMAÇÃO

Este ano, na Mostra Competitiva Nacional, documentários de média e longa-metragem de todo o país, que foram finalizados a partir de 2009 e selecionados entre os inscritos por uma equipe curatorial, concorreram a uma premiação concedida por um júri jovem, composto por estudantes da UFRB e um júri de especialistas. Foram premiados os filmes: Bolpebra, de Guilherme Marinho, João Castelo e Rafael Urban, como melhor curta-metragem, e Bicicletas de Nhanderú, de Ariel Ortega e Patrícia Ferreira, como melhor média/longa-metragem. As aventuras de Paulo Bruscky, de Gabriel Mascavo, recebeu menção honrosa.


Na Mostra Competitiva Bahia, os concorrentes foram todos baianos e os documentários finalizados a partir de 2010. Também foram selecionados entre os inscritos por uma equipe curatorial, porém, receberam uma premiação concedida somente pelo grupo de especialistas. O filme Curandeiros do Jarê, de Marcelo Abreu Góis, recebeu uma menção honrosa nesta categoria, e Seca verde, de Simone Dourado e Nicolas Hallet, foi o premiado como melhor filme pelo júri oficial.

Um júri jovem também concedeu prêmios. Na mostra competitiva nacional o melhor curta foi para Acercadacana, de Felipe Peres Calheiros e o melhor longa/média para Bicicletas de Nhanderú de Ariel Ortega e Patrícia Ferreira. Na mostra competitiva Bahia, Seca verde, de Simone Dourado e Nicolas Hallet, foi novamente premiado como melhor filme e a menção honrosa foi dada a Sala dos Milagres, de Marília Hughes e Cláudio Marques.

Na Retrospectiva Agnés Varda, foram exibidos sete filmes, dois de longa-metragem e cinco curtas, da cineasta franco-belga. A última mostra realizada foi a de Documentários Experimentais, que contou com oito filmes no total, sete curtas e um média-metragem, todos de artistas brasileiros, que usam novos métodos de produção cinematográfica e encaram o desafio de fazer filmes pouco convencionais.

Outros destaques da programação foram o II Ciclo de Conferências: o cinema e o desafio do real e oficinas gratuitas com Nicolas Hallet – belga residente no Brasil desde 1998, diretor de som, técnico de som, diretor de fotografia e realizador de documentários – e Diego de Jesus, Diogo Nunes, Elen Linth e João Aleixo, membros do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário da UFRB. As oficinas ocorreram no CAHL e ofereceram atividades para estudantes universitários e do ensino médio, além de profissionais da área audiovisual. 

A sessão especial com o longa-metragem Bahêa Minha Vida aconteceu no último dia do festival, no auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras da UFRB. O documentário, que evidencia a paixão dos torcedores do Bahia Futebol Clube e homenageia a nação tricolor, foi realizado pelo diretor Marcio Cavalcante, que esteve presente no evento, junto com a sua equipe de produção.

O encerramento aconteceu no largo d´Ajuda, com a premiação da Mostra Competitiva e as projeções, que fizeram intervenções artísticas na fachada das casas e da igreja. Foram projetadas imagens do filme O homem com a câmera de Dziga Vertov e trechos de vídeos feitos pelos alunos do curso de Cinema e Audiovisual, acompanhados por música ao vivo.

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