Monopólio desagrada moradores de Cachoeira

POR ADRIELLE COUTINHO

A concentração dos supermercados nas mãos de poucos empresários, na cidade de Cachoeira, tem provocado grande insatisfação nos moradores, que observam uma escassa variação dos produtos e uma faixa quase fixa nos preços.

Para Patrícia Silva, cliente habitual desses estabelecimentos, se houvesse outra opção, escolheria produtos mais baratos que os disponibilizados para a população local. Ela diz que, se existe insatisfação em relação aos supermercados, por parte da população, esta é certamente ocasionada pelos altos preços. “Se houvesse opções, a concorrência estimularia a competitividade, obrigando uma variação de preços e geraria
mais empregos”.

O prefeito de Cachoeira, Fernando Antônio da Silva Pereira, refuta a afirmação de que haja uma tendência para a formação de oligopólios. A cidade, segundo ele, tem cinco mercados e isso dá ao povo opções para fazer suas compras. “A estrutura dos mercados é ótima e agrada o consumidor cachoeirano”, afirma. Para o gerente do mercado Pereira, identificado apenas pelo prenome de João, dentro das condições do mercado, eles tentam fazer o melhor. “Nós trabalhamos pra agradar a todos, dentro das nossas condições”, diz ele. O mercado Pereira e o Vieira são os maiores da cidade e pertencem ao mesmo dono.


A opinião geral, manifestada pelos entrevistados, é bem diversa. Para estes, o fato de que os mercados Vieira e Pereira, os maiores do município, pertençam ao mesmo dono e não possuam nenhum outro concorrente do mesmo porte, resulta numa influência sobre os preços dos produtos, limitando drasticamente as opções dos consumidores.

A ampliação e a consolidação de supermercados de um só dono em Cachoeira não é mistério e está se tornando cada dia mais forte, expandindo seus domínios em vários pontos da cidade. Isso mostra uma boa atuação empresarial daquele que possui visão e consegue multiplicar os seus negócios. Porém, essa consolidação, sem nenhum outro concorrente do mesmo porte, suscita uma reflexão para o futuro: E se ficarmos ‘reféns’ dos mesmos supermercados?